A Confissão de Augsburgo



A confissão de Augsburgo é um documento central para a compreensão da identidade da reforma luterana. Ela representou um esforço para manter a Igreja unida e continha as principais teses da doutrina de Lutero, entre as quais aquelas sobre à doutrina da justificação. O documento foi redigido por Felipe Melanchton, sob supervisão de Lutero,  sendo entregue como uma declaração de fé na Dieta de Augsburgo, uma reunião de príncipes alemães convocada pelo imperador, em 1530.
 
Possuindo um tom bastante conciliador, o principal objetivo da confissão de Augsburgo era demonstrar que os evangélicos, termo utilizado para aqueles que estavam em concordância com  o documento, estavam claramente alicerçados sobre a doutrina professada pela igreja de todos os tempos.  Em relação as declarações teológicas, A confissão de Augsburgo é composta por 28 artigos divididos em duas partes.
 
Na primeira parte, são descritos os "Artigos de fé e de doutrina" (Artigos 1-21), que abrangem três questões básicas: (1) a concordância com a doutrina da Igreja Antiga a respeito de Deus, origem do pecado e cristologia; (2) a compreensão reformatória do Evangelho: Justificação, ministério da pregação, nova obediência, livre arbítrio e origem do pecado, fé e boas obras; (3) problemas relativos à Igreja: Conceito de Igreja, sacramentos, ordem e ritos eclesiásticos.
 
Na segunda parte, são descritos  os "Artigos sobre que há divergência e em que se trata dos abusos que foram corrigidos": Das duas espécies do sacramento, Do matrimônio dos sacerdotes, Da Missa, Da Confissão, Da distinção de manjares, Dos votos monásticos, Do poder eclesiástico. Por fim, são abordados temas como indulgências, peregrinações, excomunhão, etc.
 
Infelizmente, tanto a Confissão, quanto sua Apologia – documento posteriormente redigido como contrarresposta a réplica romana – foram rejeitadas, embora isso não tenha impedido  a confissão de ser plenamente divulgada, o que concedeu ao documento um grau de importância basilar para as igrejas luteranas ao redor do mundo e uma referência para o desenvolvimento do protestantismo em geral.
 
No que consta ao desenvolvimento histórico do cristianismo ocidental, a rejeição da Confissão de Augsburg deu força à separação entre luteranos e católicos.  O diálogo, suspenso em 1530, só recomeçou em 1967, após o Concílio Ecumênico Vaticano 2º. Em 2017, as duas denominações cristãs conjuntamente reconhecem a importância e o valor da  Reforma Protestante. 


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